A melhor parte de nossa memória está fora de nós,
numa brisa chuvosa, num cheiro de quarto fechado,
ou no odor de uma labareda, em toda parte onde
encontramos de nós mesmos o que nossa inteligência
rejeitara, por julgá-lo inútil, a última reserva do
passado, a melhor, aquela que, quando todas as nossas
lágrimas parecem ter secado, sabe nos fazer chorar ainda.
[...]
Em plena luz da memória habitual, as imagens
do passado empalidecem aos poucos, vão se apagando,
não resta mais nada delas, não as encontramos nunca mais.
Texto: Marcel Proust
Obra: Salvador Dalí
.
domingo, 6 de junho de 2010
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7 comentários:
Sobre a obra, de Salvador Dalí,
"A Persistência da memória".
Foi pintada em apenas uma noite
e é uma das obras mais famosas do
pintor surrealista. Retrata duas
das maiores preocupações humanas:
o tempo e a memória.
O coração tem memória frágil, deixa esmaecer a lembrança... Dai a necessidade de guardar em forma de letras, pelo menos a minha.
Um beijo!
Diga-me:
O que posso fazer para que suas lembranças não caiam na sombra do esquecimento?
Creio que a memória seja um fragmento puro da vida. que só podemos conhecer quando assim preservar. pq o momento em que vivemos não está preservado na nossa memória, mas cercados de sensações que o sufocam.
Então, pras lembranças não caírem no esquecimento, é preciso liberta-la do que a sufoca e preservar o que é essêncial.
Cada texto que escolhes é uma preciosidade, mas isso eu já tinha percebido..e essa imagem menino, o que posso eu falar dessa imagem né....
Mas uma coisa é certa só empalidecem as imagens que não nos interessam mais, as outras ficam inteiras, constantes em forma, brilho e cor em nossa memória...perenes! Assim tem acontecido comigo.
Bjos para o menino.
Erikah
Leo
Fiquei completamente tocada com a delicadeza das palavras.
Beijo
Denise
só nos lembramos do que foi realmente importante de alguma forma... marcou... não se esquece jamais! perfumes, músicas, lugares nos fazem lembrar de coisas vividas como prova nítida de que o tempo não volta! pode-se apenas guardar as lembranças, o tempo não! Esse dispensa intimidades...
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