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Antes que venham ventos e te levem
do peito o amor — este tão belo amor,
que deu grandeza e graça à tua vida —,
faze dele, agora, enquanto é tempo,
uma cidade eterna — e nela habita.
Uma cidade, sim. Edificada
nas nuvens, não — no chão por onde vais,
e alicerçada, fundo, nos teus dias,
de jeito assim que dentro dela caiba
o mundo inteiro: as árvores, as crianças,
o mar e o sol, a noite e os passarinhos,
e sobretudo caibas tu, inteiro:
o que te suja, o que te transfigura,
teus pecados mortais, tuas bravuras,
tudo afinal o que te faz viver
e mais o tudo que, vivendo, fazes.
do peito o amor — este tão belo amor,
que deu grandeza e graça à tua vida —,
faze dele, agora, enquanto é tempo,
uma cidade eterna — e nela habita.
Uma cidade, sim. Edificada
nas nuvens, não — no chão por onde vais,
e alicerçada, fundo, nos teus dias,
de jeito assim que dentro dela caiba
o mundo inteiro: as árvores, as crianças,
o mar e o sol, a noite e os passarinhos,
e sobretudo caibas tu, inteiro:
o que te suja, o que te transfigura,
teus pecados mortais, tuas bravuras,
tudo afinal o que te faz viver
e mais o tudo que, vivendo, fazes.
Ai de um amor assim, vergado ao vínculo
de tão amargo fado: o de albatroz
nascido para inaugurar caminhos
no campo azul do céu e que, entretanto,
no momento de alçar-se para a viagem,
descobre, com terror, que não tem asas.
Ai de um pássaro assim, tão malfadado
a dissipar no campo exíguo e escuro
onde residem répteis: o que trouxe
no bico e na alma — para dar ao céu.
É tempo. Faze
tua cidade eterna, e nela habita:
antes que venham ventos, e te levem
do peito o amor — este tão belo amor
que dá grandeza e graça à tua vida.
de tão amargo fado: o de albatroz
nascido para inaugurar caminhos
no campo azul do céu e que, entretanto,
no momento de alçar-se para a viagem,
descobre, com terror, que não tem asas.
Ai de um pássaro assim, tão malfadado
a dissipar no campo exíguo e escuro
onde residem répteis: o que trouxe
no bico e na alma — para dar ao céu.
É tempo. Faze
tua cidade eterna, e nela habita:
antes que venham ventos, e te levem
do peito o amor — este tão belo amor
que dá grandeza e graça à tua vida.
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Poema: Thiago de Mello, Sugestão.
Arte: Duy Huynh, A song after the rain has gone.
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30 comentários:
Arte enviada à mim por Lívia do blog 'inquietude do pensamento', eu não conhecia e gostei muito. (clique na imagem para visitar o blog)
Ternuras!!!
Leo!!!
Que poema lindo! Ia lendo e era como se meu coração fosse se arrumando de belezas e esperanças para que o inquilino já não queira mais sair.
Gostei muito da arte também..Me tocou indescritivelmente. Gosto disso!
Beijo com muita ternura!
Gostei do texto. Abraço.
Lindo!!!
Adorei seu blog! bjinhus
OI Leo!
Passando pra conferir teu blog sempre com ótimos textos!
bjs e Boa semana pra ti!
http://guerradosmundosleka.blogspot.com/
Achei lindo e prinipalmente verdadeiro. Nossos amores, se não cultivados, cuidados e acarinhados, vão com o vento, queimam com o sol ou dão a mão a um estranho.
Que venham as cidades cheias de amor.
Beijo.
Nossa que blog lindo!
Não canso de me perder nas leituras.
Vou voltar sempre.
Bjs
boa semana
Leo,
Dos muitos presentes que levo daqui esse é um dos mais belos.
Um beijo
Denise
A imagem é um mimo, tal como a Lívia...
Para mim sugere-me essa "cidade eterna....edificada nas nuvens"...
uma cidade onde o amor tem asas, se faz pássaro...leve...nunca mais náufrago do desencanto...nunca...mais.
"Em letras enormes do tamanho do medo da solidão da angústia
um cartaz denuncia que um homem e uma mulher
se encontraram num bar de hotel
numa tarde de chuva
entre zunidos de conversa
e inventaram o amor com carácter de urgência
deixando cair dos ombros o fardo incómodo da monotonia quotidiana..."
Daniel Filipe "A Invenção do Amor"
Beijo, Leo.
Ai, Leo!
Que encanto e emoção ver essa arte que tanto me envolveu aqui no teu blog com esse poema incrível que encontra-se em sincronicidade com meus pensamentos...
Brilhante!
"É tempo. Faze tua cidade eterna, e nela habita: antes que venham ventos, e te levem do peito o amor"
Dei um tweet nessa frase indicando teu blog.
Beijos e carinhos...
Como faz quando ele se solidifica e você precisa se livrar dele?? Só com muita força.
Por isso é melhor deixar o tempo cuida do seu amor.
Abraço meu, Moço dos segredos.
Obrigada :) Leo!
Publiquei o original que adirei, não ousei pedir-lhe a imagem que acho sublime.
Beijo
fernandascorner- Ná.
Claro que é adorei!
Eu e as pressas :))))
mais XXXXX
Ei "maninho",
você como sempre caprichando na escolha da imagem, o poema também é muito bonito.
Quanto ao tempo que se dedica ao meu blog, lhe entendo, não é sempre que dá para "comparecer", mas sei que quando pode está sempre por lá, e isso me deixa muito contente.
MIl beijinhos da maninha.
Ai de um amor assim...ai de mim!
A Livia e seu blog são sempre coisas riquíssimas!
Leo querido gostei desse poema de Thiago de Mello.
Passei para te deixar um beijo moço.
Com carinho.
Fernanda
Leo, que texto lindo! Sempre me encanto com o que leio aqui! Agradeço teus elogios aos meus escritos, fico feliz em agradar assim! :)
Minha alma ficou povoada com tão belas palavras...
Uma boa noite, Léo!
Bjs
É sempre tempo de amar. É só abrir o peito de deixar florecer sua magia!
Lindo poema e imagem!
Beijo, Leo!
Perfeito!
Vc tem uma sensíbilidade descomunal para escolher poemas, para as artes no geral.
Beijo grande!
Após três vezes ler este texto, tão lindo e sentido, dei três suspiros de tão apertado em mim que tudo ficou.
Adorei tua foto no perfil! Antes eu só via metade, agora pude ver inteiro.
Voltei, enfim! Depois daquele acidente, sofri outro, dentro de casa, mas agora já estou bem. Foi uma nuvem escura que passou.
Beijos,
Suzana/LILY
Ah!, copiei o texto para mim.
Bj,
Suzana/LILY
OI Leo! Eu de novo!
Vim te convidar para participar da minha enquete tosquíssima da barata!
bjs!
http://guerradosmundosleka.blogspot.com/2011/03/pelas-anteninhas.html
Leo, querido.
Passando para apreciar teu cantinho.E peguei esta frase no teu cantinho para te oferecer, porque também a acho linda.
"Somente com o coração podemos ver com clareza,
o que realmente importa é invisível aos olhos".
[P.Príncipe]
PS: Com o meu coração posso observar o teu e ele é lindo.
Beijo.
Fernanda
Um poema mtoo lindo!
Acredito que viver sem amor,não é viver!como você disse ao poema,o amor qndo é belo dá grandeza e graça a vida!
Mto lindo seu blog!
Se puder faz uma visita no meu?
http://www.evidentespensamentos.blogspot.com/
Beijos com carinho!
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Por que os ventos tudo levam e o tempo tudo apaga.
E não poderá ser de outro jeito...
É a roda da vida.
Te beijo com carinho, Leozinho.
Sempre e para sempre
.
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É aquela coisa de cultivar o que planta. Se entregar aquilo que vale a pena ser vivido.
Muito bonito o poema do Thiago de Mello.
Abraço
Eu não conhecia este poema,mas acabo de me apionar à primeira vista!
lindo, lindo!
E quem é que não vive para fazer (ou fazendo) sua cidade eterna? Seu pequeno lugar notável, nem que seja pra si mesmo?
amei!
bjO
Eu também não conhecia... E gostei muito.. A imagem como todas LINDA! E adorei a foto do perfil! Bju
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