Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol...


quinta-feira, 22 de janeiro de 2009


Porque, tal como acontece com a árvore, não podes saber seja o que for do homem se o desdobras pela sua duração e o distribuis pelas suas diferenças. A árvore não é semente, depois caule, depois tronco flexível, depois madeira morta. Para a conhecer, é bom não a dividir. A árvore é essa força que desposa a pouco e pouco o céu. É o que acontece contigo, meu rapaz. Deus faz-te nascer, faz-te crescer, enche-te sucessivamente de desejos, de pesares, de alegrias e de sofrimentos, de cóleras e de perdões, até que te faz ingressar de novo n’Ele. E, no entanto, tu nem és aquele estudante, nem aquele esposo, nem aquela criança, nem aquele velho. Tu és aquele que se cumpre. E, se sabes ver em ti um ramo que balança, bem pegado à oliveira, nos teus movimentos hás de gozar da eternidade. E tudo à tua volta se tornará eterno. Eterna a fonte que canta e soube matar a sede de teus pais, eterna a luz dos olhos quando a bem-amada te sorrir, eterno o frescor das noites. O tempo deixa de ser uma ampulheta que vai gastando a areia, e faz lembrar um ceifeiro que ata a sua gavela.

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