Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol...


sábado, 27 de novembro de 2010

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A constância é contrária à natureza, contrária à vida.



As únicas pessoas completamente constantes são os mortos.

Texto: Aldous Huxley
Arte: Henri Matisse

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terça-feira, 23 de novembro de 2010

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Se todos os rios são doces, de onde o mar tira o sal?
Como sabem as estações do ano que devem trocar de camisa?
Por que são tão lentas no inverno e tão agitadas depois?
E como as raízes sabem que devem alçar-se até a luz e saudar o ar com tantas flores e cores?
É sempre a mesma primavera que repete seu papel?
E o outono?... ele chega legalmente ou é uma estação clandestina?

Pablo Neruda

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sábado, 20 de novembro de 2010

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Morri antes da hora de ir para a cama,
Mas o meu ventre então bramia,
E senti na nudez de minha queda
Uma cabeça rubra e áspera que emergia flamejante
E o amado dilúvio de seus cabelos.

Poema: Dylan Thomas
Arte: Eugene Delacroix

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domingo, 14 de novembro de 2010

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A sede se extinguiu, a fome já se foi,
E de lado a lado se rompeu o meu coração;
Meu rosto no espelho está desfigurado,
Meus lábios murcharam sufocados pelos beijos,
Meus peitos se tornaram quase ossadas.



Uma jovem alegre me tomou por homem,
Fiz com que se deitasse para contar-lhe o seu segredo
E ao seu lado depus uma rosa escarlate.

Poema: Dylan Thomas
Arte: Marc Chagall

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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

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Abrindo um antigo caderno
foi que descobri
antigamente eu era eterno.

Poema: Paulo Leminski
Fotografia: David Wall

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terça-feira, 9 de novembro de 2010

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Em algum lugar
Sob a pálida luz da lua
Alguém está pensando em mim
E me amando nesta noite

Em algum lugar
Alguém faz uma prece
Para que nos encontremos
E nos alcancemos em algum lugar

E mesmo que eu saiba, da distância que nos separa
Ajuda pensar que podemos estar fazendo pedidos, a mesma estrela brilhante
E quando o vento da noite começa a cantar, uma cantiga de solidão
Ajudará a pensar que estamos dormindo, debaixo do mesmo e enorme céu

Em algum lugar
Se o amor nos ajudar
Então vamos estar juntos
Em algum lugar
Aonde os sonhos, são reais

Letra: Cynthia Weil
Imagem: Retirada do google

À moça do coração tão grande, dona do bolo verde.

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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

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Escravizo o silêncio
e faço dele o meu mensageiro.



Estou presente em tudo ou mais
e aí onde me procurarem
será a minha próxima ausência.

Poema: Hélder Muteia
Arte: Marc Chagall

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terça-feira, 2 de novembro de 2010

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Sem me falar
Sem me olhar
Levantou-se
Pôs
o chapéu na cabeça
Vestiu
a capa de chuva
porque chovia
E saiu



Debaixo de chuva
Sem uma palavra
Sem me olhar
Quanto a mim pus
a cabeça entre as mãos
E chorei.

Poema: Jacques Prévert
Arte: Egon Echiele

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