Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol...


sábado, 20 de fevereiro de 2010



Às vezes é no momento em que pensamos estar tudo perdido, que surge a insinuação que pode nos salvar, batemos em todas as portas que não levavam à nenhum lugar e depois tropeçamos sem saber na única porta pela qual poderíamos entrar, que teríamos procurado em vão durante uma centena de anos e ela se abre sozinha.


(Marcel Proust)

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Você me levou para atrás de uma linha de trem abandonada
E disse: "Eu sei de um lugar onde podemos ir. Onde não somos conhecidos"



E você me deu algo
Que eu não vou esquecer tão cedo.


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Smiths

domingo, 14 de fevereiro de 2010

O Fim do Ciúme

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"Quando meu corpo se apagar, quando a alma prevalecer sobre ele, quando eu me desprender aos poucos das coisas materiais como naquela noite em que estive muito doente, então não desejarei mais loucamente o corpo e amarei tanto mais a alma, não sentirei mais ciúmes. Então amarei de verdade."

O Fim do Ciúme - Marcel Proust

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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Penso que algumas pessoas
tem uma luz ao seu redor
e iluminam outras pessoas.

Acho que talvez algumas
delas entram em um túnel.
E nesse túnel, talvez a única luz
que elas têm, é a interior.

E então, mesmo muito tempo depois
que elas escaparem daquele túnel
elas continuarão brilhando para os outros.

Filme: Precious

*

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010




"Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, doem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é a saudade. Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade de um filho que estuda fora. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa. Doem essas saudades todas. Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã. Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter. Saudade é basicamente não saber. Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio. Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia. Não saber se ela ainda usa aquela saia. Não saber se ele foi à consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada; se ele tem assisti do às aulas de inglês, se aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial; se ela aprendeu a estacionar entre dois carros; se ele continua preferindo Malzebier; se ela continua preferindo suco; se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados; se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor; se ele continua cantando tão bem; se ela continua detestando o MC Donald's; se ele continua amando; se ela continua a chorar até nas comédias. Saudade é não saber mesmo! Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos; Não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento; Não saber como frear as lágrimas diante de uma música; Não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer. É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso... É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer; Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler... "





(Miguel Falabella)
Já não tenho forças,
Sou como água derramada no chão.

Todos os meus ossos estão fora do lugar,
Meu coração é como cera derretida.

Tenho a garganta seca como pó
e minha lingua gruda no céu da boca.

Tu me deixaste caído no chão, como um morto.

Senhor, meu Deus, não te afastes de mim!
vem em meu socorro!!

Salmo 22