Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol...


domingo, 15 de maio de 2011

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O Amor toma banho de sol nos olhos dela,
O Amor percorre as meadas de suas madeixas,
O Amor se perde em cada um dos lábios dela
E mil beijos ali colhe e a li deixa;
Em cada parte dela, visível o Amor;
Mas, ah! não penetra o seu interior.

Lá dentro habitam os inimigos do Amor,
A malícia, a inconstância, a altiveza.
Assim a face da terra se enfeita em flor,
Em verdes vários e em tanta beleza,
Mas lá dentro estão o inferno e a escuridão,
Lá vivem os espíritos maus em danação.





Pois comigo, ai de mim, acontece o contrário:
A morte e a treva jazem em meus olhos em pranto,
Meu rosto pálido, em desespero, solitário,
É justamente o oposto do Amor, no entanto,
Ele, dentro de mim, como o tirano persa,
Mantém alta corte invisível, pois imersa.

Oh! toma meu coração, e então ficará
Teu íntimo com bom suprimento de amor,
E dá-me o teu, que está alegria tornará
Todo amorável meu eu exterior.
Mas que troca! Eu, revestido de feminina
Graça, e tu, interiormente, masculina.

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Poema: Abraham Cowley, A Troca.
Arte: Lasar Segall, Encontro, 1924.

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38 comentários:

Leo disse...

Abraham Cowley nasceu em Londres, em 1618. Revelou uma precoce vocação literária e, com apenas quinze anos, publicou seu primeiro volume de versos, "Poetical Blossoms". Em seu tempo foi o mais festejado e talvez o mais amplamente conhecido dos poetas metafísicos.

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Segall acreditava, que os elementos característicos do ‘povo brasileiro’ deveriam interagir com todas as outras manifestações artísticas (alemães, russas, judaicas, etc) com o fim de alcançar a ‘verdadeira arte’
que é sempre humana, universal. Segundo tal perspectiva, sua contribuição para a ‘arte brasileira’ era vista como valiosa. Ao representar-se como negro em seu quadro ‘Encontro’, Segall não estava trocando sua identidade
judaico-russo-alemã por uma brasileira, como alguns interpretaram o gesto, mas ao contrário, procurava construir uma síntese a partir de afinidades múltiplas existentes entre diferentes povos. Para Segall, esta seria a condição primeira para a construção de uma linguagem inclusiva, e não exclusiva como aquela que se cunhava contemporaneamente entre a nova geração expressionista alemã.

Fonte: Imaginário Poético.

Daniela disse...

nossa seu blog é lindo ! COISAS MUITO INTERRESANTES EU ACHEI POR AQUI , RS
Parabéns *-*

Ale disse...

Doce e triste,

Nostálgico,


Sempre inspirador,


Um beijo

Flor de Lótus disse...

Uma troca,as vezes queria ser mais fria,mais calculista, mais razão e menos coração,mas infelizmente não sou assim, sofro, apanho,ams não aprendo sempre me entrego as loucuras do amor...
Saudades!
beijos

OceanoAzul.Sonhos disse...

O complemento entre o interior e o exterior do corpo e do espirito.
abraço
oa.s

Hellen Caroline disse...

e desta troca,sem perceberem...tornaram-se um!
Que inspiradore instigante tua poesia.
Gostei ;)
Léo,tomei-me por conta em te add no msn tudo bem?

Lara Mello disse...

Muito bonito, porém triste :(

Tudo lindo por aqui Léo! Se cuida!

F. disse...

Lindo demais!
Bom terminar o domingo com palavras doces! :)

Lívia Azzi disse...

Uau, Leo!

Post intenso e profundo!

Aprendi com a Ana Suy que amar tem sintonia com morrer...

Pois foi isso que senti nessa junção Cowley com Segall: amor-te-cimento.

Talvez, uma das coisas que a-mor-te provoca são trocas...

Beijos!!

Winny Trindade disse...

Só para começar a semana lindamente!!

Abraço meu.

Michele Pupo disse...

O amor, às vezes, é tão incongruente.

Adorei o texto, não conhecia. Fiz a leitura duas vezes, para degustar, interpretar, aproveitar. Lindo!


Um beijo Léo! E boa semana!

Suzana Guimarães disse...

Léo,

Adoro quando você passa lá em casa, ou melhor, em minhas casas. Traz aconchego no vento, sensação de paz, de fim de tarde olhando o mar. Não sei. Sempre comparo você com natureza, com cuidados. Tão bom!

Teu penúltimo comentário se perdeu no apagão do Blogger.com, mas ficou o que li, no coração.

Quanto ao poema:

As primeiras linhas só aumentaram meu espirito romântico. Eh, sou uma romântica sem conserto...
Creio que para ser par eh preciso troca, eh preciso deixar o feminino e o masculino correrem soltos, sem rédeas. Somos metades...

Beijo,

Suzana/LILY

O Hospicio... disse...

leoooooooooooooooooooo passando pra deixa meu bjo... dizer q to com sdds... c cuida!!! bjokas

Anônimo disse...

Bom Dia que a cada manhã vc sinta em seu coração a certeza de que a vida lhe espera de braços aberto para receber suas expectativas e realizá-las uma a uma.

Doce Beijo.

Ju Fuzetto disse...

Coisa mais linda!É de arrepiar!

beijo boa semana

Liza Leal disse...

Visitando teu recanto mágico.
Sentindo a luz aflorar...

=)
bjo

Giovanna disse...

adorei o poema, muito bem feito
beijos
likehappydream.blogspot.com

Aleatoriamente disse...

Leo querido,
amei o poema.
Memo interessante viu?

Beijinho querido.
Fernanda

LIANA PAULUKA disse...

Leozinho sinto sua falta :(
bjus

Aleatoriamente disse...

Meu amigo querido.
Obrigada!
Leo, você tem a beleza do essencial.
Adoro você!

Beijinho
Fernanda

Sam. disse...

e o que é o amor, se não, essa troca de sentidos,sentimentos, identidade, que nos fazem sentir completos...

mora tanto em mim!
E inspira!

adorei seu complemento no comentário sobre a obra de Segall, confesso que de não entendo nada dessa parte rsrs, e estou adorando aprender um pouco contigo!

Um beijo, meu querido!

Déborah Arruda. disse...

Amor também é troca, abrir mão, e toda essa confusão que a gente já sabe bem.
Lindo, Leo.

When Silence Speaks disse...

como você amor dentro de você, não tenha medo de nada!

Nara Sales disse...

Poema lindo. Com toda a sutileza utilizada, o autor trascreveu uma mensagem pura, totalmente amor!

P.S.: Esse apagão do blogspot sumiu com uns de meus comentários também. Tsc.

Grasi disse...

Leo... que linnndo!!
Tava com saudades daqui :)
Tô voltando p/ o blog tb... aparece por lá.
Bjão querido!!

Lilian disse...

Veio como uma luva.
Bj

Aleatoriamente disse...

Vim tomar um banho de poema, e deixar um beijinho ao meu amigo.
Beijinho Leo.

Fernanda

Yohana Sanfer disse...

Lindo poema! É sempre leve e bom retribuir sua visita... =)
Bjs Leo!

Marília Felix disse...

Pois comigo, ai de mim, acontece o contrário:

Aqui dentro, a anatomia ficou toda louca...
O coração se fez boca
A alma tornou-se tosca
Sem exigências e explicações!

Abracejo Léo!

Re Gondim disse...

Que saudaaaaaaaaaaaaaaaaaaade de voce! Adorei...simplesmente lindo!

Assim a face da terra se enfeita em flor,
Em verdes vários e em tanta beleza...

Bjaoo
;)

Abraão Vitoriano disse...

visitando posts antigos encontrei um comentário teu e por acaso tambem te reencontrei pelo mundo blog, grata surpresa pois teus textos refletem o peculiar, o bonito de se ler e imaginar...

te seguindo pra não perder de vista...

abraços,
do menino-homem

fique com Deus!

e continuemos...

Néia Lambert disse...

Leo, passando para lembrar que estou sempre por aqui.

Um abraço.

Anônimo disse...

Como sempre, ótimo texto!

Flor de Lótus disse...

Oi,Leo!Adorei receber tua visita, tava sentindo tua falta!
Um ótimo fim de semana!
Beijosss

Amanda Lemos disse...

Muito interessante o blog !
Deixo o meu aqui caso queira dar uma olhada, seguir...;

www.bolgdoano.blogspot.com

Muito Obrigada, desde já !

Carina Rocha disse...

Ola Léo, muito bom dia!

Poema fantastico... triste e melancolico mas lindo! Adorei mesmo!

Obrigada pela tua passagem pelo meu blog e pelo comentario, esta sempre à vontade, adoro as coisas que deixas la escritas!

Um beijo e um abraço de Portugal =)

Anônimo disse...

Humm, bem minha "cara", brincadeirinha!!!! Poesia intensa, mas gostei mais ainda do toc final que você deu aqui nos comentários falando sobre a vida do autor.


Beijos.

z i r i s disse...

Só posso ouvir o som das minhas pálpebras se fechando vagarosamente para abrir em seguida inundada. Venho aqui como quem passa perdida pelas ruas e avista uma prateleira muito grande de esperanças...

O Amor toma banho de sol nos olhos dela.

Que coisa mais linda!