
domingo, 30 de janeiro de 2011

terça-feira, 25 de janeiro de 2011
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
sábado, 15 de janeiro de 2011
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...

Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas doces de um beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
domingo, 9 de janeiro de 2011
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Como a vida é um movimento rápido, um fluir continuo, mutante, como estamos sempre a nos despedir, indo a lugares, vendo pessoas, fazendo coisas. Só na chuva, às vezes, só quando a chuva cai, limitando seu raio de atuação que já é desgracadamente reduzido, só quando você senta e fica escutando ao lado da janela, enquanto o ar frio e úmido sopra suave na sua nuca – só aí você pensa e sente aflição. Sente o dia escorrer, esquivo como lisas minhocas rosadas, por entre os dedos, e você analisa o que tem aos dezoito anos, pensa no modo como consegue, com dificuldade e concentração, trazer de volta um dia, um dia de sol, céu azul e aquarelas á beira-mar. consegue se recordar das observações sensuais que tornam aquele dia real, e pode se iludir – quase – pensando que seria capaz de retornar ao passado e reviver os dias e horas num curto período. Que nada, a busca do tempo passado é mais difícil do que você pensa, e o tempo presente acaba devorado por essas buscas melancólicas. O filme de seus dias e noites está enrolado dentro de você, bem apertado, para nunca mais ser passado – e os flashbacks ocasionais são vagos, desfocados, irreais, como se os visse através da neve que cai. Agora você começa a ficar com medo. Não crê em Deus nem na vida após a morte, portanto não pode contar com o paraíso quando sua alma inexistente ascender. Você acredita que tudo precisa vir do homem, e o homem é bem criativo em seus bons momentos – muito maduro, muito perceptivo para a sua idade – quantos anos tem, agora? Quantos milhares de anos? Contudo, mesmo nesta era de especialização, de variedade e complexidade infinita e de uma miríade de escolhas, o que você pega para si no saco de surpresas? Gatos tem nove vidas, diz o ditado. Você tem uma; e nalgum ponto da fina linha tênue de sua existência há um nó cego, um coágulo, a batida suspensa que marca o final deste individuo em particular que se chama “Eu”, “Você” e “Sylvia”. Então você fica pensando em como agir, como ser – e você considera valores e atitudes. No meio do relativismo e do desespero, esperando que as bombas comecem a cair, que o sangue corra (como corre agora no Iraque, no Afeganistão, na Rússia) e escorra bem na frente dos seus olhos, você quer saber tomada por um enjoativo surto de pavor, como se agarrar à terra, às sementes da relva e da vida.
Sylvia Plath
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sábado, 8 de janeiro de 2011
“Não dá para me enganar e escapar da constatação brutal de que não importa quanto você se mostre entusiasmada, não importa a certeza de que caráter é destino, nada é real, passado ou futuro, quando agente fica sozinha no quarto com o relógio tiquetaqueando alto no falso brilho ilusório da luz elétrica. E se você não tem passado ou futuro, que no final das contas são os elementos que formam o presente todo, então é bem capaz de descartar a casca vazia do presente e cometer suicídio. Mas a massa fria entranhada em meu crânio raciocina e papagaia, ‘penso, logo existo’ (...). Para que serve a boa aparência? Garantir segurança temporária? De que adianta o cérebro? Para dizer apenas ‘eu vivi e compreendi’?”.
Sylvia Plath
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